Lembro muito bem na faculdade em linguagem de programação 2 num trabalho em grupo que fizemos. O grupo era formado por um cara que já trabalhava profissionalmente com programação, um colega ninguém entendia o que ele fazia ali já que o sonho era ser cantor de Axé (pois é…) e eu, cujas habilidades de codificação eram notoriamente suficientes pra passar com 8.
Lembro (não muito bem assim) de quando tinha uns 8 ou 9 anos e o Alexandre, amigo do meu irmão me emprestava um CCE MC-1000 – ele já tinha um MSX Expert. Eu ficava sempre emperrado ao copiar os programas do manual na hora de fazer as “aspas”. Na teoria seria Shift+2 mas nunca conseguia. Se colocar minhas mãos sujas num MC1000 hoje jogo álcool e um fósforo aceso só de raiva.
Mas de volta ao trabalho em grupo: o colega programador resolveu que nós três juntos atrasava muito a entrega do projeto. Assim, ele fez tudo sozinho em Delphi (na época Delphi, Microsoft Visual Basic e PowerBuilder eram as linguagens do mercado comercial (o pessoal da CST jurava de pé junto que PB era uma das maravilhas do mundo moderno, melhor que leite condensado). Nós nos encontramos um dia para repassar trabalho, quebrar o que cada um ia fazer (jogral mode = on) e não sei porque a reunião acabou em cerveja.
Dia da apresentação estávamos nós três na frente do professor, que esmiuçava o material. Esse professor alias possuía o singelo apelido de “O Carniceiro da UFES”. Extremamente exigente, colocou nós três contra a parede após chegar a conclusão que apenas 1/3 do grupo trabalhou de fato.
Depois do esfrega geral questionou a competência dos outros 2/3. O colega do Axé foi pra prova final. Ganhei um tempo ao explicar boa parte do trabalho e pude entregar na segunda (nossa apresentação foi na sexta) algumas funções desenvolvidas em C que era o que o professor gostava e por sorte o que eu conhecia na época.
Acho que consegui a simpatia desse professor, por mais bizarro que possa parecer, quando não apareci para uma prova e uma semana depois apareci com um atestado médico por cálculo renal, que o professor também tinha com freqüência e sabia do tormento.
Acabei de ver o histórico aqui… passei com 9. 😀
Isso tudo para dizer que programação nunca foi meu forte. Apesar de utilizar nos últimos 5 anos para algumas gambiarras, digo, métodos não-ortodoxos em diversas situações do tipo “não sabia que era complicado, foi lá e fez”.
Mais ou menos nesse tempo comecei um vício para alimentar outro. Mais detalhes na próxima publicação.
E o cantor de Axé? Não sei. Tomara que tenha alcançado seu sonho.
